terça-feira, 23 de julho de 2013

7ª Canção de Rolando, em português


O prócer Roland luta nobremente,
Mas seu corpo arde de febre.
Na cabeça ele tem uma grande dor e passa mal:
Sua têmpora está fendida, por ter soado o olifante.
Mas ele quer ter certeza de que Carlos retornará:
Toma o olifante, e toca... fracamente.
O Imperador se detém para escutá-lo:
“Senhores — diz ele — as coisas vão mal para nós.
Hoje, Roland, meu sobrinho, falece;
Pelo som do olifante eu percebo que não viverá muito mais.
Quem quiser estar lá, que apresse seu cavalo!
Tocai todos os clarins, quantos haja nesta armada!”
Sessenta mil trombetas tocam tão forte,
Que ecoam as montanhas e respondem os vales.
Os pagãos ouvem e perdem a vontade de rir.
Dizem uns aos outros: “Já sobre nós virá Carlos”.
Os pagãos dizem: “Em verdade, nós nascemos malditos!
Que péssimo dia amanheceu para nós!
Perdemos nossos suseranos e pares;
Com seu exército volta Carlos, o fero.
Dos de França ouvimos o som nítido das trombetas,
E é grande o clamor “montjoie”, seu brado de guerra.
O heroico Roland é feito de tanta coragem,
que não o vencerá nenhum mortal.
Lancemos contra ele nossas flechas, e prostremo-lo por terra!”
E assim fazem eles com dardos, flechas, varapaus,
Lanças jabalinas e lancetes.
O escudo do heróico Roland está muito perfurado,
E a sua cota de malha rompida e desfeita,
Mas eles não atingiram o seu corpo.
Atravessaram seu cavalo em trinta lugares,
E o abateram morto debaixo do conde.
Os pagãos fogem e o deixam a pé.
O herói Roland ficou por terra.

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