quarta-feira, 30 de julho de 2014

Defesa de Julius Evola contra a acusação de Racismo

A acusação da Questura* exige retificação sobre um outro ponto referente ao racismo. Tentando sempre colocar-me sob uma luz comprometedora, apresenta-me como um fanático nazi-fascista, que nas suas palestras no estrangeiro atacou a latinidade e denegriu a italianidade a favor da ideia ariano-germânica, causando alarme até entre a hierarquia Fascista, no seguimento de avisos consulares. Tudo isto é um equívoco derivado da incompetência e de deficiente informação.

Deve-se perceber que nos modernos estudos raciais, “ariano” e mesmo “nórdico” não significam alemão; o termo é sinônimo de “indo-europeu” e é corretamente aplicado a uma raça primordial pré-histórica, da qual derivaram os primeiros criadores das civilizações hindu, persa, grega e romana, e da qual os alemães são apenas os últimos ramos adventícios. Tudo isto é demonstrado da forma mais clara possível nos meus trabalhos Revolta contra o Mundo Moderno e Síntese de Doutrina da Raça. O tipo de racismo por mim defendido, longe de ser um “extremismo”, pertence aos esforços que empreendi, também noutros campos, para retificar as ideias que se desenvolviam de forma desviante no Fascismo, tal como no Nacional-Socialismo. Assim, opus ao racismo meramente materialista e vulgarmente anti-semita um racismo espiritual, introduzindo o conceito de “raça do espírito” e desenvolvendo uma doutrina original sobre essa base. Além disso, opus ao ideal ariano-germânico defendido pelo nazismo o ideal ariano-romano; certamente ataquei a ideia confusa de latinidade, não a favor da ideia germânica mas para exaltar o conceito da pura romanidade, concebida como uma força mais augusta e original do que tudo o que é genericamente latino.

E não é tudo. O advogado da Questura parece desconhecer que as palestras que refere, e cujo título era significativamente “O Despertar Ariano-Romano da Itália Fascista”, foram seguidas por outras em várias cidades alemãs, cujos textos recolhi em italiano, extraídos da Rassegna Italiana. Aqui demonstrei o que a antiga ideia Clássica e Romana tinha a oferecer no sentido de direcionar várias ideias em voga na Alemanha, e para as elevar a um nível superior e espiritual. É possível que algum cônsul italiano no estrangeiro tenha enviado relatórios alarmantes. Mas no que diz respeito à alegada preocupação que a minha teoria racial provocou na hierarquia Fascista, as coisas são muito diferentes. Após estas palestras, Mussolini, por sua iniciativa pessoal, falou comigo expressando-me a sua aprovação às minhas formulações raciais, porque as considerava úteis para dar uma posição independente, e mesmo superior, ao pensamento italiano em relação à ideologia nazi — algo de que o então chefe do Gabinete Racial, Dr. Luchini, pode dar testemunho preciso. E devo dizer que este reconhecimento, feito espontaneamente por Mussolini a um não-fascista — i.e., a um não-membro do partido — é uma das memórias mais gratificantes da minha vida. De qualquer modo, diria que a teoria da raça é apenas um capítulo subordinado e secundário no conjunto de ideias que defendi, apesar do que algumas pessoas pensam.

*Aqui será transcrito um trecho da carta de defesa de Julius Evola perante algumas acusações judiciais feita pelo Ufficio Politico della Questura. A carta completa pode ser lida no Boletim Evoliano

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