quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Nizaris

Os nizaris são os fiéis do ismailismo nizari (em árabe: النزاريون - an-Nizāriyyūn), um caminho (tariqah) do islamismo xiita que enfatiza a justiça social, o pluralismo e a razão humana dentro de uma tradição mística do islã. Os nizaris são o segundo maior grupo de xiitas e são a maioria dos ismailitas (em árabe: اسماعیلیه). Há um número estimado de 15 milhões de ismailitas vivendo em mais de 25 países e territórios.

Os ensinamentos dos nizaris afirmam o testemunho islâmico da chahada de que "Não existe nenhum outro deus senão Alá e Maomé é o Seu profeta". Como todos os xiitas, os nizaris acreditam que o primo de Maomé, Ali, foi selecionado por um decreto divino para suceder ao Profeta como imam (líder espiritual) da comunidade muçulmana. A instituição do "imanato" continua numa linha contínua hereditária através de Ali e de Fátima, a filha de Maomé, até os dias de hoje. O imam atual, o príncipe Xá Karim al-Husayni, dito Aga Khan IV, é o 49º imam nizari.

Os nizaris são os descendentes espirituais do Califado Fatímida (909 - 1094), através do filho do califa al-Mustansir Nizar, e da seita subsequente dos "Assassinos" de Alamut sob o dai Hassan aṣ-Ṣabbaḥ (1094-1124).

Assassinos

Foi assim que se tornaram conhecidos os nizaris. Os seus inimigos chamavam-lhes hashishin, devido ao hábito de consumirem hashish (haxixe), e foi daí que surgiu a palavra “assassinos”. A seita alcançou o apogeu na época do líder Hasan Sabbah, que instalou o seu quartel-general, em 1090, na fortaleza de Alamut, nos montes Elbruz. Ocuparam também outras praças-fortes na Síria e no Irão, onde pregaram o xiismo, pelo que foram perseguidos pelos sultãos seljúcidas, que eram sunitas. Os nizaris reagiram e adotaram uma estratégia de assassínios políticos, em plena luz do dia e de extrema violência, contra dirigentes inimigos, como o vizir Nizam al-Mulk ou o califa abássida Al-Rashid. Considerados heterodoxos por outros muçulmanos, os assassinos não cumpriam as leis islâmicas relativas ao álcool e ao jejum no Ramadão. No século XIII, entraram em declínio e a fortaleza de Alamut foi destruída, em 1256, pelos mongóis. Em 1273, o último sultão mameluco, Baybars, tomou o derradeiro ba­luar­te nizari na Síria.

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